Criei uma página pessoal. Outra para o grupo de amigos que jogava Quake 3. Aquela brincadeira me fascinou, mas eu queria mais. Queria um forum. Enquetes. Interação.
Não levou muito tempo para descobrir que o HTML que eu usava até então não era suficiente. O HTML era só o começo: para realizar esses desejos eu precisava de mais, de uma verdadeira linguagem de programação.
Como eu usava ferramentas da então Macromedia na época e o ColdFusion oferecia uma sintaxe de tags semelhante à que eu já usava no HTML, ele foi a minha primeira escolha. Desenvolvi livro de visitas, enquetes, um sistema de forum primitivo.
Minha adolescência foi passando e logo comecei a pensar em trabalho. Por que não unir o útil ao agradável? Se gosto de brincar de fazer sites dinâmicos, por que não trabalhar com isso? Com essa mentalidade, descobri que ColdFusion não era a tecnologia mais próspera para eu dedicar meus estudos, e então mudei para PHP.
O tempo que passei com PHP foi mais voltado a estudar e personalizar soluções já existentes. Mexi com PHP-Nuke, PHPBB, Joomla, Drupal e outros que me escapam a memória. Aprendi bastante sobre bancos de dados e a linguagem SQL nessa época.
Minha primeira remuneração, porém, foi fruto de uma parceira com um então amigo, também desenvolvedor, que usava ASP.NET em seus projetos. Foi aí que tive um breve contato com a plataforma .NET e a robusta linguagem C#. Eu sempre tinha escrito códigos procedurais até então, mas em C# eu tive uma prévia do conceito de orientação a objetos. Algo que admirei muito, que almejei, mas de certa forma me assustou por sua complexidade.
Alguns eventos nessa época fizeram eu me afastar da programação por quase 2 anos. Eventualmente eu tive a inspiração para esse projeto, e imediatamente voltei a programar. Só que eu estava completamente desatualizado.
- O layout de páginas baseado em tabelas que eu havia aprendido não se usava mais e passou a ser extremamente mal visto pelos profissionais.
- Novas regras do CSS3 também revolucionaram a maneira de se desenhar páginas.
- O XHTML que eu começava a me adaptar já estava sendo substituído pelo HTML5. Entendi que os padrões da W3C são algo como os mandamentos da bíblia: ou você os segue ao máximo que puder, ou está errado.
- O Internet Explorer 6 virou passado. Sem mais gambiarras bizarras. Programação front-end agora apenas funciona.
- O JavaScript, confusa e odiada linguagem pareceu se transformar do dia para a noite em amada e solução de todos os males.
- Por fim, a programação orientada a objetos, da qual eu inicialmente havia "fugido", passou a ser o requisito número um para as oportunidades de trabalho.
Ataquei primeiro o frontend. Deixei pra trás o layout baseado em tabelas, incorporando plenamente o CSS2 (e aprendendo as novidades do CSS3). Me fundei nos padrões da W3C. Redescobri o JavaScript moderno e tenho estudado o seu framework mais popular, o jQuery.
No backend, o buraco era mais em baixo. Eu realmente só tinha tocado a superfície das linguagens nas quais entrei em contato até então, e realmente precisava aprender o modelo de orientação a objetos. Assim, concluí que o Java seria o foco perfeito para os meus estudos, pois com ele mataria não dois, mas cinco coelhos com uma cajadada só:
- Aprender Orientação a Objetos
- Com uma linguagem robusta
- Que é referência no desenvolvimento para Internet
- E Android, a tendência do momento
- E que, por esses motivos, é uma das que mais oferece oportunidades para o programador que quer ingressar no mercado de trabalho atualmente
Com esse projeto de TCC, pretendo aplicar todo esse conhecimento técnico adquirido ao longo dos anos, no curso e nas dezenas de artigos e livros que tenho estudado para consolidar meu aprendizado, ao mesmo tempo em que realizo o desejo pessoal de facilitar a descoberta de músicas do meu gênero preferido.